O que
aconteceria se você se apaixonasse por um (a) estrangeiro (a)?
Provavelmente, para não perder seu amor você teria que aprender o idioma
dele, porém enquanto não conseguisse aprender, encontraria nos gestos a
forma de comunicação. Está certo este raciocínio? Partindo do princípio
que sim, eu lhe pergunto: Como entender sua calopsita se ela ainda não
pode usar as palavras para se comunicar? Estamos diante do enígma
chamado COMPORTAMENTO.
Vamos
tentar desvendar um pouco da linguagem do seu amiguinho? As formas de
comportamento da ave são dicionários, são trilhas para que possamos
entender o que se passa com elas. Vamos ver os sinais?
Asas abertas, cabeça para baixo, bum bum para cima: demonstração
de alegria ou “exposição da própria figura” (se mostrando). Esta
atitude quer dizer que sua calopsita deseja “aparecer”, ser notada. Faça
com que ela veja que você a notou. Aplauda, diga que as asas dela são
lindas, que ela é maravilhosa e que você a ama. Faça-a perceber seu
entusiasmo.
Arrepio nas costas (como se fosse um gato) e um sacolejo após o arrepio: Ela está espantando a tensão.
Berros: Ela
pia e grita. Grita alto. Está reclamando. Algo não está como ela quer
que esteja, ou ela quer algo que não foi feito, ou seja: está
descontente e, provavelmente, vai gritar até conseguir o que quer. Pode
até desistir, porém vai levar dias e dias para desistir. Você deve
descobrir o que a incomoda, ou o que ela deseja e fazer a sua vontade se
quiser paz. Pode tentar distrair a atenção dela com algo que ela goste
muito de comer. Costumam gritar também por ciúmes, ou para chamar sua
atenção para uma situação que ainda nem ocorreu.
Pios baixinhos: Se
seu amiguinho deu pios baixinhos em situações especiais preste atenção.
Situação 1. Ele está tomando algum remédio, você o medicou à noite e
está indo dormir quando ouve seu pio sutil: esta atitude quer dizer que
ele está chamando você de volta, pedindo-lhe que fique com ele, que não
o deixe sozinho. Talvez esteja com medo, com dor ou com mal estar e se
sente seguro e protegido com sua presença.
Situação 2. Se houve tempestade e trovões fortes. Ele pode estar com medo e quer companhia.
Situação
3. Se há outras calopsitas no mesmo viveiro ou gaiola e alguma está
passando mal. Uma delas pode piar (pio mais intenso) para lhe avisar que
você deve ir prestar socorro.
Em
quaisquer circunstâncias que sua calopsita der pios fora do contexto,
fique atento. Provavelmente, ela deseja lhe avisar sobre algum fato.
Stress: A
ave está sonolenta (depressão), as penas fechadas mostrando um corpinho
esguio (susto), as asas semi-abertas, o topete mais para cima (susto).
Ela não presta atenção em você, está apática, asas caídas ao longo do
corpo (depressão ou doença), ou concentrada em algum ponto (susto).
Ela
pode ficar estressada após você ministrar alguma medicação à força no
bico, após ser manuseada, após ter sido transportada, após ter caído ou
após ter passado por situação da qual não gostou. Deixe-a descansar, de
preferência na penumbra e no silêncio. Ela pode mostrar os sinais de
susto por manuseio, por medo de pessoas ou animais (até por ver o gavião
voar ao longe), por medo de objetos e até por medo de tempestades.
Procure afastá-la do que causou o medo e o susto.
Cropofagia
é o ato de comer as fezes. Se sua calopsita está comendo as próprias
fezes, ela está com cropofagia. Mas por que isto acontece? Acontece com
aves mal nutridas que têm o hábito de consumir apenas sementes e que
estão com carência de vitamina B. A falta de vitamina B provoca andar
inseguro, tonturas, convulsões, cropofagia, etc. Providência: Acostume
sua ave a comer
verduras e legumes de cor verde escura (couve, brócolis, jiló,
catalônia etc.) e, com certeza, não precisará recorrer a medicamentos.
Agressões a bicadas e canibalismo: A
ave agride por causa de medo, para defender seu território, por razões
sexuais ou mudanças hormonais. Se as causas das bicadas são
esporádicas, tipo: passou por medo só bicou na hora do ocorrido, não há
motivo para preocupação, pois é normal, no entanto uma ave que agride a
outra com frequência e com intenção de machucar, matar ou intenção de
arrancar pedaços, aí sim, há motivo para preocupação. Esta ave deve ser
isolada e submetida a tratamento. Problemas de território podem ser
corrigidos com florais. Problemas de território é quando a ave acha que
manda no viveiro e tenta impedir as demais aves de circularem pelos
poleiros mais altos. Ela se posiciona como mandona e pode agredir para
ser obedecida. Uma boa forma é
colocar a ave numa gaiola separada e deixá-la, alguns minutos, sozinha
em algum cômodo (castigo) para que ela perceba que não manda no espaço,
mas não vá esquecê-la por lá, viu?
Quando
há evidência de canibalismo (ave que arranca pedaços de outra), deve-se
procurar o veterinário com urgência para que providências sejam
tomadas e, se necessário, colocar na ave o “colar elizabetano” até que
ela mude o comportamento.
Auto-mutilação: Os fatores que levam a auto-mutilação podem ser: stress, parasitas, disfunção hormonal,
má alimentação. No início a ave começa a se coçar em excesso, depois
passa a arrancar as penas, principalmente as das coxas, do peito e do
abdômen. É necessário boa higiene, carinho, vitaminas e consulta com um
veterinário para tratar as causas e os ferimentos, usando, talvez, o
colar elizabetano como coadjuvante na cura.
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